segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Conselho

Acorde, acorde
Desperte
E se desprenda do que te prende

Ao aqui, ao que já se foi
E corra o mais rápido que puder
Em direção ao sol

Mas cuidado com a neblina
Que em longos dias de espera
Te cega e ilude não só os olhos
Mas engana teu coração

Cuidado até com aquele som
Pois palavras ao vento ensurdecem
Nada no mundo é mais importante
Que manter os pés no chão.

Olhos

Olhos
Olhos estes tão falsos
Olhos verdes tão fartos
Histórias e fatos
Trincando os pratos
Olho os cacos
Uma pena, de fato
Iguais aos meus.

Sobre estar perdida

Para onde é que eu fui?
Aonde me meti?
Me tornei quem não queria
Hoje sou quem não devia

O tempo mudou
Só há vazio e algum tormento
Me pergunto aonde estou
Mas só escuto o vento

Ele diz que me perdi
Pela estrada caminhei
Procurando um paraíso
Que até hoje não encontrei

Vastos pastos visitei
Varias noite flutuei
Voei para bem longe
Nenhuma carta eu deixei

Parti de mim sem um adeus
Explicação ou cafuné
Parti de mim, que triste fim
Não terminei nem o café.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Topa ou não topa?

Tanto que pensei em como começar esse texto, resolvi começar assim: falando sobre a dificuldade em como começar. 
Tão difícil saber o que falar, em como começar falando sobre nós...
Quem está lendo isso, deve estar pensando: ''- Mas Caroline, sua louca, você sempre escreveu sem problema algum, o que tá pegando agora?''
O que tá pegando é que agora eu preciso mudar o jeito de escrever, preciso escrever sobre felicidade, sobre como é bom estar com ele, passando o 23º aniversário, andando com Fidel e Harley, assistindo filme sobre um segurança de shopping e passando um frio de 18º graus. Preciso escrever sobre isso e muito mais de um jeito fofo, que ele goste, usando aquelas metáforas e etc, mas como fazer isso quando se está doente e com bloqueio criativo? Como vou colocar tudo isso no texto?
Sinceramente estou ciente de que amanhã posso me arrepender de não ter apagado tudo e recomeçado, mas isso amanhã eu resolvo.
Sabe, eu até que gosto dele, mesmo quando ele me irrita só porque ''eu fico uma graça brava''. Quando me chama de gorda, banguela, chata, tonta, e todos os apelidos que a cabecinha maluca dele pode criar, e principalmente, quando me enche de cócegas. Mas em meio a tudo isso, com tantos motivos pra desgostar, o garotão aí tem um jeito de me fazer gostar, isso que mata, e não é gostar ''disso ou daquilo'', mas gostar desde as piores até as melhores coisas. Uma das coisas que eu gosto, como diz meu amigo Chico Buarque, é de quando ele '' esquece os olhos em cima dos meus'', da risada engasgada, da segurança que sinto quando me abraça. Ah se o mundo pudesse parar quando isso acontece...
Mas como colocar tudo isso no texto?
Escrevo uma linha, olho pra parede, duas e eu já quero apagar e começar de novo.
Bem, sejamos diretos. Tá sendo bom, não tá machucando e nem me deixando doente. 
Mas sabe o que eu quero? Quero que ele me ajude a remar. Tá bom vai, eu sei que é difícil remar num barco que mal foi construído, que ainda está em fase de adaptação, mas olha, eu juro que se me ajudar a remar, fica fácil, fica bom, fica divertido, e fica com nós dois felizes. Será que ele topa? 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Confete


Essa noite eu sonhei e acordei no ontem
Pareceu a cena ter eu revivido
Minha mãe me instigando sobre quem teria sido 
O rapaz misterioso que eu havia conhecido.

Foi numa noite de carnaval
A música estava no corpo e na boca das pessoas
Quem dera eu saber que seria um vendaval
Porém em meio a tanta gente, pareceu ser gente boa.

Ah, esses dias felizes se foram!
Queria eu poder tê-los novamente
Porém, fazendo tudo diferente
E você gostando de ficar.

Juro que todos os dias teria cafuné
E não só por um momento,
Mas por indeterminado tempo.

Então te peço ar carnavalesco:
Abençoe-nos com o confete do amor
Deixe de lado a tristeza e a dor
E que venha novos sorrisos, por favor!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O Adeus


Todas as minhas ideias estão confusas. Minha cabeça está cheia e meus sentimentos então, estão um caos.
Tudo martela aqui dentro, provocando uma dor de cabeça horrível. Resultado de quase oito meses martelando. Mas acontece que eu não sou nenhuma tábua pra ser martelada, muito menos alguém que mereça tal desconforto.
Amo escrever e sei que sou muito melhor escrevendo do que falando, pois aqui eu posso pensar, repensar, e por fim, finalizar meus textos da melhor maneira que eu encontrar.
Mas, dessa vez, não sei o que escrever. Juro, eu realmente não sei o que colocar aqui.
Sei que não preciso necessariamente ficar postando sempre, mas eu tenho vontade de escrever e até sei sobre o que escrever, mas acontece que eu sinto que já não tenho motivos pra isso.
Minhas ideias, meus planos, de um tempo pra cá sempre foram voltados para nós. Tudo o que eu sempre quis foi que você por descuido ou um pouco de saudade, quisesse voltar pra mim, que fosse sim o ''último romance'', mas você foi firme nas palavras quando disse-me adeus. Acreditei ser passageiro, uma brincadeira, tipo daquelas que você faz pra medir a importância que o outro dá pra você, sabe? Mas você falava sério..
Definitivamente eu não sei o que escrever. Só estou mais uma vez desabafando numa página qualquer e que você nem liga.
Está por aí, com seu novo affair, deixando a mostra apenas o que você quer, passeando pelas ruas e sendo a mesma tora intransformável que um dia citei aqui.
Olha, eu me cansei de escrever sobre você. Eu cansei de dedicar todo o meu tempo, o que tenho e o que não tenho, escrevendo coisas sobre nós em vão.
As pessoas tem a terrível mania de me contar seus passos, suas idas e vindas, e de uma certa forma eu ''gosto'' de saber, mas no final quem acaba e se acaba com tudo isso, sou eu.
De uma vez por todas, chega de me assombrar com contos fantasmagóricos do passado.
Decidi que o que um dia eu senti e quis pra nós, termina hoje, termina agora e termina aqui.
O tempo já passou e continuará passando, graças a Deus, e tudo o que um dia foi dito e feito, sendo honesta, se desfez.
O desgosto e o cansaço é tanto que mal posso digitar e concluir ideias.
Nojo, decepção e arrependimento são características que resumem bem o que restou de você comigo.
Sendo assim, finalizo dizendo-lhe adeus com a certeza de que não volto mais.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Manual do Jogo

Você procurava e eu me escondia. Era assim que funcionava, e eu sempre encontrei os melhores esconderijos, e você perguntava:''-Mas aonde é que você se meteu o dia todo? Te liguei e não me atendeu..'' 
Mas um bom jogador nunca conta seus segredos de vitória, pois se contar, todos perceberão como funciona e saberão assim, sempre te achar. Você me propunha para mudarmos de brincadeira, como uma amarelinha na sorveteria, ou uma guerra de travesseiros, mas eu sempre insistia para que jogasse comigo da minha brincadeira favorita, a que eu mais gostava de brincar com você, o tal ''esconde-esconde''. 
Até que então num dia quente, cansado de sempre só procurar, disse que não queria mais brincar dessa brincadeira estúpida, mas eu insisti, e você como sempre aceitou, e quando se deu conta, estava lá mais uma vez. Passou um tempo e percebi que a sua demora a me achar estava me deixando entediada, então decidi sair do esconderijo e ir atrás de você. Dessa vez, quem tinha encontrado um esconderijo era você. Te procurei em bares, ruas, nos jornais.. Juro que até no pote de açúcar te procurei, e nada! Até que por coincidência, virando uma esquininha, te achei! Quis correr pros seus braços e perguntar o porque de ter demorado tanto. ''-Você não gosta mais de mim?'', ''-Eu cansei dos seus esconderijos!''. Insisti dizendo que o nosso jogo é tão legal, tão gostoso de jogar, mas você disse que você já era bem grandinho pra brincar desse tipo de coisa e que preferia outros tipos de jogos. Pedi então para que me ensinasse, mas você continuou a dizer que as regras para participar eram severas demais para mim, e eu, sendo só uma garotinha, não ia me adaptar ao modo em que a brincadeira fosse acontecendo.
''-Tudo bem, eu posso brincar sozinha!". Esperei três dias, uma semana, um mês, e nunca mais a brincadeira foi a mesma. Foi ficando chato me manter escondida, e percebi também que os esconderijos iam ficando cada vez mais pequenos para mim, pois eu ia crescendo. Alguns meses já, e eu não caibo mais. Não tenho nenhum lugar para me refugiar das dores do mundo e nem para me esconder, na esperança de alguém vir me procurar. Saiba que nunca ninguém veio, mas se viesse, eu estaria esperando somente e ansiosamente por você. Cheguei a te ligar, mas acho que cortou o barbante do nosso telefone de lata. Te mandei um recado, mas parece que o mesmo virou um aviãozinho de papel, e saiu voando pra longe, longe.. As ''casas'' na ''amarelinha'', foram as únicas coisas que me restaram. Pulava um dia na casa de uma amiga, outro dia na casa de outra.. Indo e vindo, por todo o tempo, e mesmo estando contente, assumo que senti falta do nosso ''pega-pega''. Tudo bem que eu nem sei brincar disso direito, pois é uma brincadeira pra quem tem mais anos de parquinho, mas eu queria muito que você tivesse me ensinado. ''Cansei de me balançar, quero mesmo é brincar na gangorra!''
Só que os ventos mudaram de sentido e levaram o sorveteiro que nunca mais passou daqui de casa, levando consigo o frio que me dava na barriga, ao ouvir cada música daquele carrinho feliz que falava sobre nós.
Hoje eu não sei mais do que brincar. Já tentei o ''Se não tem tu, vai tu mesmo'', tentei também aquele ''Agora eu tô solteira e ninguém vai me segurar", conhece? Nenhum deles tem algo a ver comigo, graças a Deus, mas eu cheguei a tentar, pouco, admito, mas tentei, pra ver se esquecia o sabor de tutty frutty que tinha nosso lance em forma de pirulito de coração.
Certo dia, vi você falando com uma guria no seu telefone de lata. Vi você levando ela pra passear no seu carrinho de sorvete com músicas que falam sobre nós. Vi você rindo e engasgando com seus amigos congelados e sua bebida fermentada, e por várias vezes, eu quis cortar o barbante entre vocês, pra amarrar o seu no meu outra vez. Quis colocar na rádio em que a guria toca e fazer você perceber que a sintonia dela é muito diferente da sua. Quis fazer tantas coisas, tudo pra você voltar, mas mesmo com tantas coisas em mente, nunca encontrei nada bom o suficiente que te daria motivos para isso. 
Eu sei, amor não se implora, e não pense que eu estou lhe pedindo para que me ame. Mas eu quero que você saiba que o meu amor é verdadeiro. É o que cura, o que ajuda e o que faz rir. O que acalma, que protege e quer bem. Sendo eu ou não, deixo-te livre. Não vou mais esperar ansiosa pelo carrinho feliz vir me buscar e nem esperar você conectar seu barbante no meu telefone. Apenas deixo-te livre. Quem sabe uma hora você não desiste dessa ideia tonta de se manter afastado e vem brincar de ''pega-pega'' de novo? Se vier, prometo que vai adorar brincar comigo!